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Arquitetos: ERDC architects
- Área: 1800 m²
- Ano: 2018
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício San Telmo é um projeto habitacional multifamiliar localizado no Vale de Los Chillos (Quito – Equador). Ele é desenvolvido no âmbito da “habitação pública”, ou seja, o governo subsidia parte da dívida de seus compradores, desde que os apartamentos custem até 70 mil dólares e seu preço de venda por metro quadrado seja de, no máximo, 890 dólares.
O desafio deste projeto era gerar moradias acessíveis, dignas e habitáveis para uma família média; e que fossem adaptáveis às necessidades de seus habitantes ao longo do tempo. Isso, sem descuidar da rentabilidade da incorporadora, que financiaria parte da obra e viabilizaria o início de sua execução. De modo a responder às exigências econômicas sem afetar as habitações, optou-se por minimizar os custos (indiretos) de financiamento bancário, ou seja, reduzir ao máximo o tempo de execução da obra. Isso se traduz em um projeto que requer menos processos construtivos, mas que garante a qualidade das casas e é competitivo no mercado.
A remoção dos revestimentos é a resposta do projeto. Decidiu-se trabalhar com materiais expostos, como é o caso da estrutura metálica, do mezanino, das paredes de blocos retificados (maior densidade e melhores qualidades térmicas e acústicas), paredes permeáveis de tijolo aparente, instalações aparentes em tubo galvanizado para a parte elétrica e cobre para canalizações, pisos de concreto polido e oxidado, divisórias de painéis OSB, portas de piso a teto (sem vergas), móveis sem ferragens, entre outros. O detalhe e o cuidado na utilização destes materiais valorizam a sua estética, sem abdicar da qualidade e conforto dos apartamentos.
San Telmo dispõe de 22 apartamentos "tipo" de 72m2 + terraço de 10m2 (pé direito duplo). Estes estão distribuídos em blocos que abrigam até 6 unidades habitacionais. A tipologia clássica dos apartamentos é aplicada pois permite aproveitar uma única circulação vertical por bloco, fornecendo mais área útil para as áreas privativas. Como resultado, são obtidos apartamentos confortáveis de três quartos com uma altura de mezanino mais generosa do que o normal. Além disso, esse arranjo permite liberar espaço nos andares térreos, proporcionando grandes áreas comuns cobertas e abertas.
Também são propostos dois elementos arquitetônicos que garantem a flexibilidade e adaptabilidade dos ambientes ao longo do tempo, compreendendo as complexidades de habitar espaços “típicos” que dificilmente se ajustam às necessidades diferenciadas de cada família.